___ Lâminas da UFC
Este Blog foi criado pelos monitores da disciplina de Parasitologia da Universidade Federal do Ceará, a fim de complementar e auxiliar os estudos de acadêmicos de Enfermagem, Ciências Biológicas, Odontologia e Medicina, que passam por esta cadeira. Para visualizar as figuras em tamanho maior, é só clicar sobre elas!!
domingo, 27 de junho de 2010
Filo Arthropoda. Classe Arachnida. Ordem Ixodida.
Pertencentes a Subordem Sarcoptiformes e a Família Sarcoptidae, o Sarcoptes scabiei é o agente causador da sarna humana (sarna sarcóptica) ou escabiose. Possui o corpor globoso e pernas curtas sem garras. A cutícula é marcada por estrias finas, interrompidas por áreas com cerdas finas e flexíveis, espinhos curtos e robustos e escamas de forma triangular, que são características próprias de Sarcoptes.
Filo Arthropoda. Ordem Anoplura
São insetos pequenos, sem asas, com aparelho bucal picador-sugador (típico de hematófagos), apresentam o complexo unha-dedão (processo digitiforme), com o qual o inseto fica firmemente abraçado ao pelo. Os ovos são postos aderidos aos pelos ou as fibras e são conhecidos por lêndeas (operculadas, de cor banca-amarelada).
1) Pthirus pubis: são piolhos dos pelos pubianos, portanto, parasitos de mamíferos; com a base da cabeça mais estreita que o tórax e segmentos torácicos fusionados.
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Filo Sarcomastigophora. Subfilo Mastigophora
2) Giardia duodenalis (= Giardia lamblia ou Giardia intestinalis): é o agente causador da giardíase, cuja transmissão se dá pela ingestão de cistos de G. duodenalis através de água e alimentos contaminados. É um protozoário flagelado que habita a superfície do intestino delgado, onde as formas trofozoítas aderem à mucosa pelo disco suctorial. Apresenta reprodução por divisão binária e locomoção por meio de flagelos. É monoxeno e eurixeno, podendo parasitar o homem, cães, gatos e bovinos.
2.1) Trofozoíta de Giardia duodenalis: apresenta forma de pera (piriforme) ou de gota, com citoplasma corado em cinza, com pólo anterior (largo) mais claro pela presença do "disco suctorial" ou "disco ventral". O pólo mais largo também possui 2 núcleos ovais com cromatina condensada no centro, formando um grande cariossomo. O axonoma é um filamento longitudinal em preto que percorre todo o comprimento do trofozoíta e os corpos parabasais (ou medianos) são 2 filamentos transversais pequenos (em preto), que se localizam na metade do axonema. Além disso, o trofozoíta apresenta 8 flagelos, sendo 1 par anterior, 1 par mediano, 1 par ventral e 1 par caudal.
2.1) Trofozoíta de Giardia duodenalis: apresenta forma de pera (piriforme) ou de gota, com citoplasma corado em cinza, com pólo anterior (largo) mais claro pela presença do "disco suctorial" ou "disco ventral". O pólo mais largo também possui 2 núcleos ovais com cromatina condensada no centro, formando um grande cariossomo. O axonoma é um filamento longitudinal em preto que percorre todo o comprimento do trofozoíta e os corpos parabasais (ou medianos) são 2 filamentos transversais pequenos (em preto), que se localizam na metade do axonema. Além disso, o trofozoíta apresenta 8 flagelos, sendo 1 par anterior, 1 par mediano, 1 par ventral e 1 par caudal.
2.1) Cisto de Giardia duodenalis: apresenta forma elíptica (ovalada) com membrana única e espaço claro entre a membrana e o citoplasma decorrente de retração por processos químicos (fixação, coloração, etc); contém 2 - 4 núcleos situados em um dos pólos e as demais estruturas (axonemas, flagelos e corpor medianos) apresentam-se de forma desorganizada, formando filamentos verticais, transversais e curvos no interior do cisto, corados em preto; e estruturas em virgula (confundidas com corpo mediano) são, provavelmente, primórdios do disco suctorial.
Filo Sarcomastigophora
Estudamos nesse filo protozoários do Subfilo Sarcodina - as amebas - e do Subfilo Mastigophora - os flagelados Giardia e Trichomonas.
1) Amebas: são protozoários que emitem pseudópodes tanto para se locomover, quanto para obterem alimentos; são amplamente dispersas na natureza, sendo a maioria de vida libre, entretanto a Familia Entamoebidae (gêneros Entamoeba, Endolimax e Iodamoeba) vivem no trato digestório humano, podendo ser comensais (espécies não patogênicas, como Entamoeba dispar, Entamoeba coli, Iodamoeba butschilii e Endolimax nana, no intestino grosso e Entamoeba gingivalis no tártaro dentário e gengivas) e parasitas (espécie patogênica, que habita o intestino grosso - Entamoeba histolytica). As amebas de reproduzem por divisão binária, são monoxenos e eurixenos (podendo infectar, além do homem, macacos, cães e ratos) e seus estágios evolutivos são:
Trofozoítas (forma ativa, que colonizam a luz do intestino grosso, podendo invadir criptas e mucosas quando causam patogênicas); Cistos (formas de resistência multinucleadas que são eliminadas junto com as fezes); Pré-cistos (transição para o encistamento)
1.1) Trofozoíta de E. histolytica/E. dispar: estas espécies são morfologicamente indistinguíveis, a não ser pelo achado de hemácias fagocitadas no citoplasma da E. histolytica, que é patogênica. A trofozoíta apresenta uma forma indefinida (amebóide), com citoplasma granuloso, cinza (corado por hematoxilina férrica - HF) e 1 núcleo com grânulos pequenos de cromatina distribuídos na cariomembrana e em um cariossomo (ou endossomo), geralmente pequeno e central.
1.2) Cisto de E. histolytica/E. dispar: tem forma arredondada, com citoplasma granuloso, cinza (se corado por HF) ou castanho claro (corado pelo lugol, no qual os corpo cromatóides se tornam refringentes), podendo apresentar corpos cromatóides em bastão com extremidades rombas (em preto); possui de 1 a 4 núcleos com cariossomo nítido e mesma distribuição da cromatina descrita no trofozoíta.
1.3) Trofozoíta de Entamoeba coli: espécie comensal. O trofozoíta apresenta uma forma indefinida (amebóide) com citoplasma vacuolizado, corado em cinza (HF), contendo 1 núcleo com grânulos grosseiros de cromatina (em preto) distribuídos na cariomembrana e em um cariossomo, geralmente, grande e excêntrico.
1.4) Cisto de E. coli: forma arredondada com citoplasma em cinza (se corado por HF) ou castanho (se impregnado pelo lugol), podendo apresentar corpos cromatóides pretos (HF) ou refringentes (lugol) em forma de lascas, palitos ou feixes, com extremidades pontiagudas; além disso, os cisto de E. coli possuem de 1 a 8 núcleos com mesma distribuição de cromatina descrita no trofozoíta, com cariossomo excêntrico pouco nítido.
Coccídios Intestinais (Filo Apicomplexa)
Os coccídios intestinais do homem são considerados protozoários emergentes, pois foram reconhecidos como patógenos para o homem recentemente (por volta dos anos 80), e oportunistas, porque causam infecções graves em indivíduos imunocomprometidos. Entretanto, em imunocompetentes as infecções causadas por esses protozoários são benignas e benignas e autolimitadas.
2.1) Oocisto de Isospora belli: apesar de também ser alccol-acido resistente, nao necessita de coloração específica, pois pode ser reconhecido apenas pela sua morfologia típica - forma elíptica, podendo as vezes haver um estreitamento de suas extremidades; são incolores; tem membrana dupla, mas a MO parece única; e em seu interior, podem ser visualizados 1 ou 2 esporoblastos redondos e granulosos, sendo as vezes visível 1 núcleo em cada um (esfera incolor e refringente).
Fotos de lâminas de UFC
1) Cryptosporidium sp.: até recentemente, pensava-se que as infecções humanas eram causadas por C. parvum, porém, foram descobertas mais 4 espécies capazes de parasitar os homens: C. canis, C. felis, C. meleagridis e C. hominis (monoxenos e eurixenos). Causadores da criptosporidiose, estes coccídios vivem no interior de células do intestino delgado, em posição extracitoplasmática, podendo viver também no trato respiratório e vias biliares. Se reproduzem assexuadamente por esquizogonia (merogonia) e sexuadamente por gametogonia (esporogonia), produzindo oocistos que podem eclodir no próprio intestino delgado ou ser eliminados nas fezes maduros (contendo esporozoítas)
1.1) Oocisto de Cryptosporidium sp.: tem forma arredondada (4-5 micrômetros), e, por ser alcool-acido resistente, necessita de uma coloração específica, como Ziehl-Neelsen, em que as fezes são coradas em azul claro e os oocistos em vermelho.
O oocisto é eliminado nas fezes contendo 4 esporozoítas (sem esporocistos), que podem ser identificadas pela coloração irregular do oocisto em aspecto de "ferradura", contendo espaços internos corados em vermelho mais claro, mas nem sempre é possível esta identificação.
2) Isospora belli: causador de isosporose, sua prevalência aumentou significativamente com o advento da AIDS e outras imunodeficiências, sendo também conhecido como um protozoário emergente e oportunista. Não há comprovação de sua patogenicidade em outros animais, sendo portanto monoxeno e estenoxeno. Habita células do intestino delgado e apresenta formas de reprodução semelhantes ao Cryptosporidium sp. Mas seus oocistos são eliminados nas fezes ainda imaturos contendo 1 ou 2 esporoblastos, que se tornarão esporocistos contendo 4 esporozoítas cada um, configurando-se entao, um oocisto infectante em cerca de 48h no meio ambiente.
2.1) Oocisto de Isospora belli: apesar de também ser alccol-acido resistente, nao necessita de coloração específica, pois pode ser reconhecido apenas pela sua morfologia típica - forma elíptica, podendo as vezes haver um estreitamento de suas extremidades; são incolores; tem membrana dupla, mas a MO parece única; e em seu interior, podem ser visualizados 1 ou 2 esporoblastos redondos e granulosos, sendo as vezes visível 1 núcleo em cada um (esfera incolor e refringente).
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sexta-feira, 25 de junho de 2010
Esporozoários - Filo Apicomplexa
Este filo compreende protozoários que, em pelo menos 1 estágio de seu ciclo biológico, apresenta o "complexo apical", que é um conjunto de organelas (anel polar, roptrias, micronemasconóide) especializadas na penetração em células. Tal estrutura só pode ser observada à ME, entretanto, à MO podemos perceber no coccídio, a forma afilada da extremidade onde o complexo apical se situa.
1) Plasmodium: deste gênero, estudamos as espécies que mais frequentemente causam malária entre nós - o P. vivax (terçã benigna) e P. falciparum (terça maligna). As formas diagnósticas de malária, encontradas nos esfregaços sanguineos são:
a) P. vivax - trofozoítas, esquizontes e gametócitos. Esta espécie penetra principalmente reticulócitos, que se tornam maiores e com granulações de Schuffner (muitas).
a.1) Trofozoítas de P. vivax: forma de anel, com citoplasma espesso e cromatina interna (fazendo parte do "anel"). É unico na célula e possui um único núcleo.
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b) P. falciparum: trofozoítas e gametócitos. Esta espécie parasita hemácias de qualquer idade, que às vezes se tornam um pouco maiores quando parasitadas e com granulações de Maurer (poucas e grandes).
a.1) Trofozoítas de P. falciparum: tem forma de anel com citoplasma delgado e cromatina saliente (como se fosse a pedra do "anel"). Frequentemente apresenta-se com mais de 1 núcleo por anel e em mais de 1 anel por célula.
a.2) Gametócitos de P. falciparum: tem forma de salsicha ou banana, com as duas extremidades arredondadas e nucleo central; além disso, apresenta um pigmento malárico (preto) abundante.
2) Toxoplasma gondii: causador da toxoplasmose, transmitida através da ingestão de oocistos maduros provenientes de fezes de gatos (hospedeiros definitivos) contaminados ou pela ingestão de cistos (bradizoítos) em carnes cruas ou malcozidas de carneiros, suínos, bovinos e outras (hospedeiros intermediários, como o homem); e ainda pela forma transplacentária (taquizoítos) por uma infecção aguda da mãe. O T. gondii se reproduz de forma assexuada (por endodiogenia - brotamento inteno) com proliferação de taquizoítos e encistamento e de forma sexuada (por gametogonia/esporogonia) com produção de oocistos. Assim, os estágios evolutivos do T. gondii são:
Em mamíferos e aves (h. intermediários): taquizoítas (livres ou intracelulares, formando pseudocistos) e bradizoítas (formando cistos, principalmente no tecido muscular e nervoso)
Em felinos (h. difinitivos): oocistos contendo esporozoítas, que se formam no epitélio intestinal destes animais e são eliminados juntamente com as fezes.
Em felinos (h. difinitivos): oocistos contendo esporozoítas, que se formam no epitélio intestinal destes animais e são eliminados juntamente com as fezes.
2.1) Taquizoítas: tem formato de "crescente" ou vírgula, com uma extremidade mais afilada, que contém o complexo apical (visível apenas à ME) e núcleo excêntrico, mais próximo da extremidade mais larga.
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